Retrospectiva 2024: Transformações no Mercado de Cobrança e Lições para o Futuro
O ano de 2024 trouxe mudanças significativas para o mercado de cobrança, moldando um novo cenário para executivos, gestores e profissionais comprometidos com a eficiência, a excelência e o foco no cliente. Da economia aos avanços tecnológicos, passando por programas governamentais e pela educação financeira, cada movimento trouxe desafios e oportunidades que merecem reflexão.
REGULARIZAÇÃO DE DÍVIDASFINANÇAS
Nádia Lanny Lopes
12/26/20245 min ler


O Cenário Econômico: Oportunidades e Riscos
O mercado de cobrança em 2024 foi profundamente impactado pelo contexto econômico global e nacional. A desaceleração do crescimento global, combinada com incertezas em mercados emergentes, pressionou empresas a reverem suas estratégias de crédito e recuperação. No Brasil, a inflação controlada e a redução gradual das taxas de juros abriram espaço para uma recuperação tímida da atividade econômica. Porém, o endividamento das famílias permaneceu elevado, exigindo maior criatividade das áreas de cobrança.
O que aprendemos?
Personalização é fundamental: Em um cenário de endividamento, entender o perfil do cliente e suas capacidades reais de pagamento tornou-se ainda mais crítico.
Educação financeira: Empresas que investiram em orientar os consumidores sobre como administrar suas finanças colheram benefícios tanto em recuperação quanto em fidelização.
O Papel do Governo e Regulações
O governo brasileiro lançou novos programas de renegociação, como o Desenrola Brasil, que impactaram diretamente a dinâmica do mercado de cobrança. Embora tenha facilitado o acesso de milhões de pessoas a condições mais favoráveis para quitação de dívidas, o programa foi criticado por ignorar a "mão invisível" do mercado de Adam Smith. Ao intervir de forma direta e estabelecer condições padronizadas, o governo desconsiderou a capacidade natural do mercado de equilibrar oferta e demanda por renegociações por meio da concorrência e da negociação individualizada.
Apesar disso, o Desenrola Brasil trouxe à tona a necessidade de repensar políticas de crédito e cobrança, demonstrando que ações públicas e privadas precisam caminhar juntas para alcançar resultados sustentáveis.
Além disso, 2024 marcou a entrada em vigor da obrigatoriedade de ações de educação financeira promovidas por instituições financeiras. Essas iniciativas foram regulamentadas para garantir que consumidores tivessem acesso a informações e ferramentas para gerenciar suas finanças pessoais de maneira mais eficiente. Bancos e fintechs desenvolveram programas educacionais, webinars e conteúdos interativos que ajudaram a prevenir inadimplência e fortalecer a confiança dos clientes.
Por fim, novas regulamentações sobre privacidade de dados, alinhadas à LGPD, demandaram investimentos em compliance e segurança. Garantir que os dados dos clientes estivessem protegidos foi não apenas uma obrigação legal, mas também uma oportunidade de construir confiança em um momento delicado.
O que aprendemos?
Adaptação regulatória é diferencial competitivo: Empresas que se alinharam rapidamente às mudanças legais e integraram programas governamentais à sua estratégia ganharam eficiência operacional e se destacaram no mercado.
Confiança é o novo ativo: Transparência nas práticas de cobrança é agora um fator essencial para manter boas relações com os clientes.
Educação Financeira: Um Pilar de Sustentabilidade
Em 2024, a educação financeira se consolidou como um dos pilares fundamentais para a sustentabilidade do mercado de crédito e cobrança no Brasil. Diversas iniciativas e regulamentações reforçaram a importância de capacitar os consumidores para a tomada de decisões financeiras conscientes. Entre os principais marcos, destacam-se:
Projeto de Lei 2747/24
Este projeto, ainda em análise na Câmara dos Deputados, propõe a inclusão da educação financeira como disciplina obrigatória no currículo das escolas públicas e particulares. Caso aprovado, representará um grande passo para preparar as novas gerações para gerenciar suas finanças de forma responsável.Resolução Conjunta nº 8 de 2023
Desde julho de 2024, todas as instituições autorizadas pelo Banco Central são obrigadas a oferecer medidas de educação financeira para seus clientes. Essas iniciativas incluem simuladores, materiais informativos e orientações personalizadas, impactando diretamente a relação das instituições com os consumidores.Lei 14.690, de 2023
Essa lei delegou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) e ao Banco Central a responsabilidade de regulamentar medidas de educação financeira no país. O resultado foi uma maior uniformidade nas práticas e um alinhamento estratégico com as diretrizes da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF).Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF)
A ENEF continuou a desempenhar um papel crucial, promovendo campanhas de conscientização e consolidando parcerias entre governo, setor privado e sociedade civil. O foco foi preparar os consumidores para o uso responsável do crédito, incentivando o planejamento financeiro como uma prática essencial.
Impactos no mercado de cobrança
A educação financeira contribuiu diretamente para a redução da inadimplência ao capacitar consumidores a negociarem suas dívidas de maneira mais estruturada. Instituições que investiram nessas iniciativas também fortaleceram a confiança de seus clientes, aumentando a fidelização.
O que aprendemos?
Prevenção é a chave: A educação financeira não é apenas um benefício para o consumidor, mas uma ferramenta estratégica para as empresas evitarem a inadimplência antes que ela aconteça.
Inclusão financeira: Capacitar os consumidores para gerir suas finanças permite uma integração mais ampla no mercado formal de crédito.
Relações de confiança: Consumidores mais educados financeiramente confiam mais nas instituições, fortalecendo o relacionamento a longo prazo.
Transformação Tecnológica: O Ano da Automação, IA e do Autoatendimento
Em 2024, o avanço tecnológico foi um divisor de águas no mercado de cobrança. Empresas líderes no setor apostaram em ferramentas de machine learning e análises preditivas para segmentar clientes com maior precisão.
A Inteligência Artificial (IA) se destacou como uma aliada indispensável, sendo utilizada não apenas para personalizar abordagens de cobrança, mas também para prever comportamentos de inadimplência com maior assertividade. Além disso, a IA foi integrada a chatbots avançados, permitindo negociações automatizadas e atendimento de alta qualidade para demandas triviais, garantindo agilidade e eficiência no contato com clientes.
O autoatendimento também foi uma grande estrela do ano, com melhorias significativas nos sistemas de URA (Unidade de Resposta Audível) e chatbots. Esses canais não apenas aumentaram a eficiência ao resolver questões triviais, mas também permitiram negociações personalizadas para clientes com maior probabilidade de pagamento.
Outro ponto de destaque foi o uso de inteligência preditiva para antecipar comportamentos de inadimplência. Ao combinar dados históricos e comportamentais, muitas empresas conseguiram atuar preventivamente, reduzindo os índices de inadimplência antes que se tornassem críticos.
O que aprendemos?
Automação inteligente é aliada: O uso de tecnologia bem implementada reduziu custos operacionais e melhorou a experiência do cliente.
Dados são o novo ouro: Análises preditivas não são apenas uma tendência, mas uma necessidade para melhorar a tomada de decisões.
IA agrega valor: Ferramentas de IA potencializaram tanto a eficiência quanto a personalização no contato com os clientes.
Foco do Cliente: Um Novo Paradigma
O consumidor de 2024 exigiu, mais do que nunca, empatia e soluções personalizadas. Empresas que colocaram o cliente no centro de suas estratégias de cobrança saíram à frente, utilizando canais integrados e linguagens humanizadas para estabelecer conexões genuínas.
A cobrança deixou de ser apenas uma tentativa de recuperar recursos financeiros e passou a ser vista como uma extensão do relacionamento com o cliente. Isso exigiu das empresas uma abordagem mais colaborativa e menos punitiva.
O que aprendemos?
Empatia gera resultados: Escutar o cliente e propor soluções que respeitem sua realidade financeira aumenta as chances de recuperação e fidelização.
Omnicanalidade é essencial: Empresas que ofereceram múltiplos canais de interação conseguiram atender melhor às demandas dos clientes.
Lições para 2025
O mercado de cobrança em 2024 nos mostrou que eficiência e excelência andam lado a lado com a adaptação e a inovação. Executivos e gestores precisam continuar olhando para o futuro com um olhar estratégico, investindo em tecnologia, capacitação e, acima de tudo, no cliente.
No entanto, o final de 2024 trouxe alertas preocupantes: o aumento da taxa de juros, combinado com a alta do dólar, reforça um cenário de pressão para 2025. Esses fatores tendem a agravar o endividamento das famílias e aumentar os desafios para as empresas. Mais do que nunca, será necessário um esforço criativo e excelência operacional para navegar pelas incertezas do próximo ano, garantindo eficiência de custos sem perder o foco no cliente.
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